Moral católica e combate à Aids

Nas últimas semanas, a mídia deu grande destaque a repercussões das palavras de Bento XVI, em seu livro-entrevista Luz do Mundo, sobre o uso de preservativos em determinadas circunstâncias.

Infanticídio indígena: a tragédia silenciada

Você sabia que, em várias tribos indígenas no Brasil, crianças recém-nascidas são enterradas vivas, estranguladas, ou simplesmente deixadas na mata para morrer?

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

ABIM - Cientistas rejeitam teoria da influência humana no aquecimento global

Mais de 400 eminentes cientistas, renomados mundialmente em dezenas de especialidades, publicaram estudos individuais sustentando que o aquecimento global deve-se a ciclos naturais e não pode ser relacionado com atividades humanas. Ditos trabalhos representam mais de 50% dos escritos científicos recentes sobre o tema. A imensa lista desses cientistas e dos seus trabalhos,
com um excerto de cada um, foi publicada pelo Comitê do Senado dos EUA para o Meio Ambiente e Obras Públicas. Muitos deles são ou foram membros do IPCC, e contestam os diretores desse organismo da ONU que, movidos por tendências ideológicas anti-capitalistas, publicaram conclusões abusivas sobre o chamado aquecimento global. A mídia, entretanto, silencia a produção científica da maior parte dos cientistas que não vêem grande influência humana em fenômenos de
aquecimento, deixando o público à mercê dos exageros "apocalípticos" e "catastrofistas" do ecologismo anti-civilizatório. (ABIM)

ABIM - Bandidos fazem uso de dados fornecidos pelas próprias vítimas

A tendência de publicar tudo sobre si próprio na Internet, em sites do tipo Orkut, serve para bandidos planejarem golpes contra suas futuras vítimas. Agindo assim os internautas de "forma tão irresponsável e leviana" -- conforme escreveu o professor de Informática da USP, Marco André Vizzortti --, não é de estranhar que bandos delituosos atuem com detalhado conhecimento das
situações: fotos e costumes dos filhos menores, do carro ou da moto na garagem, locais freqüentados, hábitos nas férias, preferências de compras, obras musicais, artísticas ou outras. Muitos dramas teriam sido evitados, se não se fornecessem tais informações em sites, páginas ou blogs da Internet. (ABIM)

ABIM - A lição da águia

Pe. David Francisquini(*)

Como a águia que incita seus filhotes a voar, e esvoaça sobres eles, assim o Senhor estendeu suas asas, tomou-o e o levou sobre seus ombros. (Deut. 32, 11). Ao perceber que chegou o momento de os filhotes alçarem vôo, instintivamente a águia retira do ninho toda a parte macia que o acolchoa, deixando tão-só os pontiagudos gravetos. Incomodados, os filhotes se lançam sobre as asas dela. É o momento de a águia se lançar pelos ares, para que as aguiazinhas percebam, pela primeira vez, os espaços de que são possuidoras.

Após o vôo de reconhecimento, sempre atenta e sem perder o instinto materno, a águia os força ao vôo livre. Se, por acaso, algum filhote encontrar dificuldade neste primeiro teste, a águia lança-se prontamente em vôo picado, a fim de se colocar sob ele à maneira de uma pista de pouso, e o recolher assim são e salvo. Vai repetir o exercício até sentir segurança no filhote; ensiná-lo-á a caçar e a fugir dos perigos até o momento de dar sua missão por cumprida.

Mutatis mutandis, na educação de uma criança, na formação de um jovem ou na condução de um povo, tudo deve ser empreendido para lhes proporcionar proteção, carinho, conforto, segurança, alimentação, saúde e bem-estar. Mas isto não basta. Sobretudo importa desenvolver nas pessoas as aptidões que Deus depositou no vaso precioso de suas almas: as virtudes infusas e o querer da vontade para que possam viver retamente.

À maneira da águia com seus filhotes, pais e educadores devem exercitar os jovens com disciplina e método a trilhar os caminhos deste passageiro mas perigoso peregrinar pela Terra. Embora o pecado original tenha privado o homem da graça divina e despertado nele a concupiscência, todavia não eliminou as faculdades essenciais relativas à sua vida exterior.

A nós, homens decaídos, restam sempre a inteligência, a vontade e a liberdade. Cabe-nos dominar as paixões desordenadas com a ajuda da graça e tornarmo-nos virtuosos. Para isso, possuímos os tesouros sobrenaturais que Deus concedeu à sua Igreja através dos sacramentos. "Vigiai e orai para não cairdes em tentação", é o conselho divino. Será, com efeito, uma batalha para a vida toda, que só terminará com a morte. Se formos fiéis aos seus ensinamentos, atingiremos a perfeição querida por Deus.

Autores que tratam de questões de vida espiritual indicam um princípio sábio e profundo: para a prática do bem não basta ao homem a força coercitiva externa. Ele precisa ser formado em seu interior para ter sede e fome de justiça, para amar e obter o santo temor de Deus, para fazer o que se deve livre e espontaneamente, com alegria de coração.

Este poder e esta força para formar e dirigir o caráter do homem e civilizar a sociedade são simbolizados pelas chaves dadas a Pedro e à Igreja Católica Apostólica Romana. Daí a necessidade de padres santos, missionários virtuosos, freiras dedicadas, leigos virtuosos e instruídos para serem formadores de opinião em seus respectivos ambientes.

Assim o sal salgará e a luz iluminará. Bendito os pés que trilharem as vias dos Mandamentos. Benditos os olhos que contemplarem a Lei do Senhor. Bendito o coração que fizer a delícia dos seus dias em amar o seu Deus e Senhor. À maneira da águia, poderemos contemplar o Sol da justiça e da misericórdia. (*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria -- Cardoso Moreira (RJ)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Prefeito de Aparecida proíbe bailes na Quaresma

O Estado de S. Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Prefeito de Aparecida proíbe bailes na Quaresma
Simone Menocchi

Durante os 40 dias da Quaresma, período entre o carnaval e a Páscoa em que católicos jejuam e rezam, bailes populares em praça pública estão proibidos em Aparecida, no Vale do Paraíba. O prefeito José Luiz Rodrigues (PFL) alegou ser o período de reflexão, não de diversão. “Jesus morreu por nós, fez o maior sacrifício. Não custa fazer esse sacrifício por Deus.” Católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida, ele não acredita que a medida seja impopular. “O povo de Aparecida é religioso e entende.

(...)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quando começa a vida? Decisão em 5/3/08 pelo STF

Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida
Dra. Dolly Guimarães

Nossa principal preocupação agora é a audiência de votação da Ação Direta de Inconstitucionalidade, em que o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo do Judiciário Brasileiro, julgará a constitucionalidade ou não da ADIN 3510 (pesquisas com embriões congelados causando-lhes a morte). Conjuntamente, definirá "Quando começa a Vida". Até agora, dos 11 Ministros, apenas 3 deles antevê-se que votarão a favor da vida humana desde a concepção. Precisamos influenciar aos Srs. Ministros através de memoriais de classes profissionais e de correspondências aos mesmos ou ainda através de respeitosos telefonemas, para que votem pela inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança ao mesmo tempo que reconhecem a vida humana desde a concepção. Caso contrário, será a legalização do aborto pelo Judiciário. A situação é muito grave e exige cuidados. Sabemos por antemão que o Dr. Ives Gandra fará sustentação oral pela CNBB.

Peço também que coloquem essa intenção em todas as celebrações eucarísticas até o dia 5/março p.f.

Dra. Dolly Guimarães
Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida


PRESIDENTE: MINISTRA ELLEN GRACIE

GABINETE DA PRESIDÊNCIA

Telefone: (61) 32174221 / 32174242 / 32174241
Fax: (61)32174249

SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA

Secretário-Geral da Presidência
Manoel Lauro Volkmer de Castilho

Assessor-Chefe da Presidência
Vilmar Nery Lourenço

Assessora de Assuntos Internacionais
Cláudia Nunes Pinta Gama

Assessores
Ângelo Tabet
Cláudio Muradas Stumpf
Anna Daniela de Araújo Martins dos Santos e Silva
Fernanda Ribeiro Ganem
Lêda Marlene Bandeira
Maria Ângela Jardim de Santa Cruz Oliveira
Nelson Parucker Junior
Rodrigo Abreu Martins de Lima
Salomão Almeida Barbosa
Sérgio Guizzo Dri
Walter Schröder Moreira Santos

Secretaria de Comunicação Social
Delorgel Valdir Kaiser
Telefone: 32173823
Fax: 32173827

Coordenadoria de Rádio
Marlon Herath
Telefone: 32174602

Coordenadoria de Imprensa
Maria José Costa Mundim
Telefone: 32173824

Coordenadoria de Televisão
Celso Pedroso Fontão Júnior
Telefone: 32173970

Assessoria de Articulação Parlamentar
Telefone: 32174041
Fax: 32174045

Assessoria de Cerimonial
Telefone: 32174063

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO
Edna Isabel Brito Gonçalves Prandini
Telefone: 32173802
Fax: 33221072

Coordenadoria de Acompanhamento da Gestão
Armando Akio Santos Doi
Telefone: 32173810
Fax: 33221072

Coordenadoria de Auditoria e Fiscalização
Eduardo Martins dos Santos
Telefone: 32173815
Fax: 33221072

Gabinetes

GABINETE MINISTRO GILMAR MENDES (Vice-Presidente)

Assessores
André Rufino do Vale
Christine Oliveira Peter da Silva
Luciano Quadrado de Moraes
Luciano Felício Fuck
Daniel Augusto Vila Nova Gomes
Valéria Porto (Assessora da Vice-Presidência)

Chefe de Gabinete
Marisa de Souza Alonso

Oficial de Gabinete
Suely de Oliveira Camargo
Telefone: 32174175
Fax: 32174189

GABINETE MINISTRO CELSO DE MELLO

Assessores
Erich Oliveira Rocha
Raquel Bezerra Cândido Amaral Leitão
Helena Gressler da Rocha Paiva
Viviane Monici Vieira
Silmara Christiane Souza Silva

Chefe de Gabinete
Janeth Aparecida Dias de Melo

Oficial de Gabinete
Janaína Nicolau Delgado
Telefone: 32174073

GABINETE MINISTRO MARCO AURÉLIO

Assessores
João Bosco Marcial de Castro
Maria Adrianna Lobo Leao de Mattos
Adriane da Rocha Callado Henriques
Marcelo Ribeiro do Val
Flávio Jaime de Moraes Jardim

Chefe de Gabinete
Marcos Paulo Loures Meneses

Oficial de Gabinete
Alessandra Marreta Porangaba Barbosa
Telefone: 32174281
Fax: 32174309

GABINETE MINISTRO CEZAR PELUSO

Assessores
Paulo Penteado de Faria e Silva Neto
Maria Cristina Petcov
Fernando Mil Homens Moreira
Roger Galino
Luiz Guilherme Mendes de Paiva

Chefe de Gabinete
Carla Kindler Rosanova Sotto

Oficial de Gabinete
Maria Lucia Fernandes Melo
Telefone: 32174191
Fax: 32174219

GABINETE MINISTRO CARLOS BRITTO

Assessores
Fabrício Juliano Mendes Medeiros

Chefe de Gabinete
Beatriz Ventura Teixeira Coimbra

Telefones: 32174311 / 32174312 / 32174314 / 32174331
Fax: 32174339

GABINETE MINISTRO JOAQUIM BARBOSA

Assessores
Rodrigo Golivio Pereira
Flávia Beatriz Eckhardt
Raquel Rodrigues Barbosa de Souza
Thiago Buschinelli Sorrentino
Carla RamosMacedo do Nascimento

Chefe de Gabinete
Carla Adriana Stocco

Oficial de Gabinete
Omar Inês Sobrinho
Telefone: 32174131
Fax: 32174159

GABINETE MINISTRO EROS GRAU

Assessores
Raquel Lopes Jorge Siqueira
Vinicius Gomes dos Santos
Francisco de Assis de Lima
Andalessia Lana Borges
Renata Braga Cordeiro de Miranda

Chefe de Gabinete
Alexandra Mery Hansen Matsuo

Oficial de Gabinete
Lise Jaqueline Marquez de Oliveira
Telefone: 32174380
Fax: 32174399

GABINETE MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI

Assessores
Dennys Albuquerque Rodrigues
Manoel Carlos de Almeida Neto
Victor Gabriel de Oliveira Rodriguez
Luiz Gustavo Bambini de Assis
Paulo Macedo Garcia Neto

Chefe de Gabinete
Patrícia Maria Landi da Silva Bastos

Oficial de Gabinete
Maurício Marquez de Rezende
Telefone: 32174256
Fax: 32174279

GABINETE MINISTRA CÁRMEN LÚCIA

Assessores
Julhiana Miranda Dy Melloh
Anna Luiza de Castro Gianasi
Franke José Soares Rosa
Eduardo Silva Toledo
Carlos Henrique Nóra Teixeira

Chefe de Gabinete
Ana Valéria de Oliveira Teixeira

Oficial de Gabinete
Helta Gomes de Lima
Telefone: 32174342
Fax: 32174355 / 32174369

GABINETE MINISTRO MENEZES DIREITO

Assessores
André Leivas Ferro Costa
Carlos Alberto Gonçalves
Domingos Riomar Novaes
Marcos Soares
Leonardo Villela de Castro

Chefe de Gabinete
Ana Maria Alvarenga Mamede Neves

Oficial de Gabinete
Flávia Cavalcante Braga
Telefone: 32174102
Fax: 32174129

Secretarias

SECRETARIA DO TRIBUNAL
Sérgio José Américo Pedreira
Diretor-Geral
Telefone: 32174400 / 32174403

Coordenador do Gabinete do Diretor-Geral
Clênio Moreira Castañon
Telefone: 32174401
Fax: 32174412

Assessoria Jurídica
Mônica Maria Gomide Madruga Ribeiro
Telefone: 32174427
Fax: 32174428

Assessoria de Gestão Estratégica
Andréia Fernandes de Siqueira
Telefone: 32174419 / 32174417
Fax: 32174429

Coordenadoria de Segurança
Sérgio Luiz de Oliveira Freitas
Telefone: 32173223
Fax: 33232380

SECRETARIA JUDICIÁRIA
Ana Luiza Mottecy Veras
Telefone: 32173613
Fax: 32173614

Coordenadoria de Processamento Inicial
Angela Berenice de Camargo Neves Duarte
Telefone: 32173636

Coordenadoria de Processamento do Plenário
Maria Das Graças Camarinha Caetano
Telefone: 32173664
Fax: 32173614

Coordenadoria de Processamento da Primeira Turma
Cecília Maria Pinheiro Montenegro Bugarin
Telefone: 32173690

Coordenadoria de Processamento da Segunda Turma
Edméa Paiva de Moraes Piazzi
Telefone: 32174054

Coordenadoria de Processamento Final
Rosemary de Almeida
Telefone: 32173647
Fax: 32173649

SECRETARIA DAS SESSÕES
Luiz Shiyoji Tomimatsu
Telefone: 32173729
Fax: 32173738

Coordenadoria de Sessões da Primeira Turma
Ricardo Dias Duarte
Telefone: 32173742
Fax: 32173738

Coordenadoria de Sessões da Segunda Turma
Carlos Alberto Cantanhede
Telefone: 32173746
Fax: 32173738

Coordenadoria de Taquigrafia e Estenotipia
Silvana Cruz de Souza Gomes da Costa
Telefone: 32173761
Fax: 32173774

Coordenadoria de Acórdãos
Alba Risa Cavalcante de Medeiros
Telefone: 32173778

SECRETARIA DE DOCUMENTAÇÃO
Altair Maria Damiani Costa
Telefone: 32173499
Fax: 32173502

Coordenadoria de Biblioteca
Lílian Januzzi Vilas Boas
Telefone: 32173508
Fax: 32173512

Coordenadoria de Analise de Jurisprudência
Bergman Holiday Ananias Bomfim
Telefone: 32173535
Fax: 32173537

Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência
Nayse Hillesheim
Telefone: 32173573
Fax: 32173570

Coordenadoria de Guarda e Conservação de Documentos
Kathya Scarlet O'Hara Campelo Bezerra
Telefone: 32173593

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
Edmilson Palma Lima
Telefone: 32173201
Fax: 33221811

Comissão Permanente de Licitação
Giovanna Gabriela do Vale Vasconcelos
Telefone: 34033621
Fax: 34033631

Coordenadoria de Orçamento e Finanças
Maria José Rabêlo dos Santos
Telefone: 32173170
Fax: 32173176

Coordenadoria de Material e Patrimônio
Gustavo Duran do Valle
Telefone: 32173133
Fax: 32173143

Coordenadoria de Manutenção e Serviços Gerais
Lino José dos Santos Neto
Telefone: 32173097
Fax: 33223735

SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS
Luciléa Zaban Carneiro
Telefone: 34033737
Fax: 34033733

Coordenadoria de Administração de Pessoal
Amarildo Vieira de Oliveira
Telefone: 34033780

Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoal
Aline Ribeiro de Mendonça
Telefone: 34033746

SECRETARIA DE SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE
Osmar Willian Vieira
Telefone: 32173370
Fax: 32173371

Coordenadoria de Assistência Médica e Odontológica
Denise Gomes Cidade
Telefone: 32173381

SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Paulo Roberto da Silva Pinto
Telefone: 32173459/32173410
Fax: 32173457

Coordenadoria de Atendimento
Alexandre Marcus de Assunção Sousa
Telefone: 32173416
Fax: 32173457

Coordenadoria de Tecnologia
Flávio Abreu Amorim
Telefone: 32173473
Fax: 32173457

Coordenadoria de Sistemas
Gustavo Sanches
Telefone: 32173488
Fax: 32173457

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O garoto indio que foi enterrado vivo

Revista Istoé, 20/02/2008
O garoto indio que foi enterrado vivo
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1998/artigo72492-1.htm

"NÃO SE PODE PRESERVAR UMA CULTURA QUE VAI CONTRA A VIDA"
Edson Suzuki, diretor da ONG Atini

Amalé quase foi morto em nome dos costumes indígenas. E a Funai faz vista grossa ao infanticídio de algumas tribos

Amalé tem quatro anos. Como muitas outras crianças, na terça-feira 12 ele foi pela primeira vez à escola, em Brasília. Índio da etnia kamaiurá, de Mato Grosso, Amalé chamava a atenção dos demais garotos porque era o único que não usava uniforme nem carregava uma mochila nas costas. Mas Amalé se destaca dos demais por um motivo muito mais preocupante. O pequeno índio é, na verdade, um sobrevivente de sua própria história. Logo que nasceu, às 7 horas de 21 de novembro de 2003, ele foi enterrado vivo pela mãe, Kanui. Seguia-se, assim, um ritual determinado pelo código cultural dos kamaiurás, que manda enterrar vivo aqueles que são gerados por mães solteiras. Para assegurar que o destino de Amalé não fosse mudado, seus avós ainda pisotearam a cova. Ninguém ouviu sequer um choro. Duas horas depois da cerimônia, num gesto que desafiou toda a aldeia, sua tia Kamiru empenhou-se em desenterrar o bebê. Ela lembra que seus olhos e narinas sangravam muito e que o primeiro choro só aconteceu oito horas mais tarde. Os índios mais velhos acreditam que Amalé só escapou da morte porque naquele dia a terra da cova estava misturada a muitas folhas e gravetos, o que pode ter formado uma pequena bolha de ar.

A dramática história desse pequeno índio é a face visível de uma realidade cruel, que se repete em muitas tribos espalhadas por todo o Brasil e que, muitas vezes, tem a conivência de funcionários da Funai, o organismo estatal que tem a missão de cuidar dos índios.

"Antes de desenterrar o Amalé, eu já tinha ouvido os gritos de três crianças debaixo da terra", relata Kamiru, hoje com 36 anos. "Tentei desenterrar todos eles, mas Amalé foi o único que não gritou e que escapou com vida", relata. A Funai esconde números e casos como este, mas os pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano.

Os motivos para o infanticídio variam de tribo para tribo, assim como variam os métodos usados para matar os pequenos. Além dos filhos de mães solteiras, também são condenados à morte os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais. Gêmeos também podem ser sacrificados. Algumas etnias acreditam que um representa o bem e o outro o mal e, assim, por não saber quem é quem, eliminam os dois. Outras crêem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez. Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele – essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução
consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé.

Os próprios índios começam a se rebelar contra a barbárie. Neste momento, há pelo menos dez crianças indígenas em Brasília que foram condenadas à morte em suas aldeias. Fugiram com ajuda de religiosos e sobrevivem na capital graças a uma ONG, Atini, dirigida por missionários protestantes e apoiada por militantes católicos. A política oficial da Funai é enviar os exilados de volta à selva, mesmo que isso signifique colocar suas vidas em risco. "Não é verdade que entre os povos indígenas há mais violência e mais crueldade com seus infantes do que na população em geral", sustenta Aloysio Guapindaia, presidente em exercício da Funai, em resposta por escrito à ISTOÉ. "O tema, tratado de uma forma superficial, transparece preconceito em relação aos costumes dos povos indígenas", completa. Tem índio que não concorda. "Ninguém do governo nos ajuda a resolver o problema", queixa-se Kamiru, com o auxílio de um tradutor. A recompensa pelo seu gesto de desafiar os costumes de sua gente vem daquele que ela salvou. "Minha verdadeira mãe não é a minha mãe. Minha mãe é a Kamiru", diz o pequeno Amalé.

Outra índia que ousou enfrentar a tradição foi Juraka, também kamaiurá, de uma aldeia próxima à de Amalé. Ela está refugiada com a filha, Sheila, nove anos, no abrigo ao lado da Granja do Torto. A menina faz tratamento no hospital Sarah Kubitschek. Nasceu com distrofia muscular progressiva, uma doença que a impossibilita de andar. A tribo descobriu o problema quando Sheila deveria estar dando os primeiros passos. A mãe fugiu antes de ser obrigada a aplicar a tradição. "Não gosto desse costume de enterrar a pessoa viva", diz Juraka, também com a ajuda do tradutor. No hospital os médicos disseram que não há nada a fazer. Sheila deverá passar a vida numa cadeira de rodas. "É a pessoa que mais amo no mundo, mais que meus outros filhos", diz Juraka. Mãe e filha já retornaram algumas vezes à tribo. Os índios passaram a respeitar a coragem de Juraka e já começam a aceitar Sheila.

"É um absurdo fechar os olhos para o genocídio infantil, sob qualquer pretexto", diz Edson Suzuki, diretor da ONG Atini. "Não se pode preservar uma cultura que vai contra a vida. Ter escravos negros também já foi um direito cultural", compara. Suzuki cria a garota Hakani, dos surwahás do Amazonas. Ela hoje tem 13 anos. A menina nasceu com dificuldades para caminhar. Os pais se recusaram a matá-la; preferiam o suicídio. O irmão mais velho, então com 15 anos, tentou abatê-la com golpes de facão no rosto, mas ela sobreviveu.

"O infanticídio é uma prática tradicional nociva", ataca a advogada Maíra Barreto, que pesquisa o genocídio indígena para uma tese de doutorado na Universidade de Salamanca, na Espanha. "E o pior é que a Funai está contagiada com esse relativismo cultural que coloca o genocídio como correto", ataca o deputado Henrique Afonso, do PT do Acre, autor de um projeto de lei que pune qualquer pessoa não índia que se omita de socorrer uma criança que possa ser morta.

Longe da tribo, Amalé quer continuar a freqüentar a escola, mas exige uma mochila. Ele já fala bem o português e avisa que gosta muito de carros. Quer dirigir um quando crescer. "Vamos aprender muito mais com Amalé do que ele com a gente", diz a diretora da escola, Aline Carvalho.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Atentado contra nunciatura apostólica em Caracas

CARACAS, domingo, 17 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- A Conferência Episcopal Venezuelana e o Conselho Nacional de Leigos deploraram o atentado contra a sede da nunciatura apostólica nesse país.

Um artefato explosivo de baixo poder estourou em 14 de fevereiro nas portas da sede do representante do Papa em Caracas, causando danos pequenos. A fachada da sede diplomática foi também pintada com mensagens políticas.

Um comunicado emitido pela presidência da Conferência Episcopal Venezuelana manifesta sua preocupação com o atentado, assim como «pelo início de violência política que se está manifestando em várias regiões do país».

Os prelados reiteram seu «chamado à calma, à sensatez, ao respeito às liberdades e direitos constitucionais, e ao cultivo de um clima democrático».

«Pedimos às autoridades correspondentes que efetuem as investigações pertinentes para sancionar os culpados destes fatos de violência. Igualmente solicitamos ao governo nacional que realize as ações pertinentes para salvaguardar a sede diplomática do Vaticano, que é também para todos os católicos venezuelanos a casa do Santo Padre na Venezuela».

Os bispos reiteram seu apoio ao núncio apostólico, o arcebispo Giacinto Berloco, e lhe garantem suas orações «por suas intenções assim como pelo bom desenvolvimento de sua gestão diplomática e pastoral».

Por sua parte, o Conselho Nacional de Leigos confessou seu alarme perante «esta escalada de violência incontida por parte dos agressores, cujos fins não visualizamos, e alimentada pela esquiva das autoridades em dar proteção a uma sede diplomática que em pouco tempo foi agredida em repetidas ocasiões».

sábado, 16 de fevereiro de 2008

"Carnaval vermelho"

Folha de S. Paulo, segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
MST faz 4 invasões e planeja mais 10 em SP
Cristiano Machado

Presidente Prudente - Sem-terras liderados por José Rainha Jr. invadiram ontem quatro fazendas no Pontal do Paranapanema (SP), no início da operação Carnaval 2, que prevê outras dez invasões na madrugada de hoje, totalizando 14 em dois dias. As ações fazem parte da terceira onda de invasões desde o início do mandato do governador José Serra (PSDB).

Afastado pela direção do MST, Rainha não participou diretamente das invasões por temer novos processos - ele aguarda em liberdade, por decisão da Justiça, a condenações que somam 18 anos de prisão.

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O Estado de S. Paulo, terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
MST ocupa 14 fazendas em 2 dias no Pontal
Sandro Villar

Dez fazendas foram invadidas ontem por centenas de sem-terra no Pontal do Paranapanema. Com isso subiu para 14 o total de propriedades ocupadas em dez municípios da região desdedomingo, na operação denominada de "carnaval vermelho". É um número maior do que o registrado no ano passado, quando 12 fazendas foram invadidas no mesmo período de carnaval.

_________________
O Estado de S. Paulo, quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
MST ameaça invadir mais 6 áreas no Pontal
Sandro Villar

Presidente Prudente - A coordenação do MST em São Paulo ameaça continuar a série de invasões iniciada no domingo, no chamado "carnaval vermelho" - que já atingiu 14 propriedades no Pontal do Paranapanema, no oeste do Estado. Em reunião de avaliação realizada ontem, líderes do MST disseram que mais 6 fazendas devem ser invadidas até domingo.

No município de Euclides da Cunha Paulista, o pecuarista Cleidir Macedo, que teve sua fazenda invadida por 70 famílias, criticou a falta de capacidade do governo para impedir as invasões e punir os responsáveis. Ele disse que ocorrem invasões pelo Brasil inteiro "e fica por isso mesmo". O fazendeiro deve solicitar hoje à Justiça a reintegração de posse da Fazenda Iara.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"Não é questão de saúde pública, pois gravidez não é doença"

O Estado de S. Paulo, caderno Aliás, domingo, 3 de fevereiro de 2008
Você concorda com a distribuição da pílula do dia seguinte pelo governo durante o carnaval?

‘Não é questão de saúde pública, pois gravidez não é doença’
Talmir Rodrigues médico e repres. da Federação Internac. do Direito de Viver

Não concordo. Além da ação contraceptiva, essa droga tem também o efeito antinidação, ou seja, impede que o embrião se fixe ao útero. Uma mulher pode ficar grávida poucas horas após a relação sexual.

A pílula pode ser tomada até 72 horas depois. Ou seja, a vida surge e é interrompida. Trata-se, portanto, de efeito abortivo. A droga é vendida, sobretudo, em países em que o aborto é legalizado, independentemente do motivo. No Brasil, ele só é permitido em casos de estupro ou de risco à vida da mãe. Logo, a distribuição indiscriminada dessa droga é inconstitucional. Ao utilizar recursos públicos para promover o uso da pílula, o governo corre o risco de ter que indenizar mulheres que, eventualmente, venham a ter problemas decorrentes da ação do hormônio em seu organismo, ou que se arrependam de ter usado o método ou ainda que tenham crianças com malformação devido ao uso da pílula. O argumento de que se trata de uma ação de saúde pública não é válido, pois gravidez não é doença e a pílula não é remédio. Remédio é feito para curar, para tratar, e a pílula do dia seguinte destrói a vida.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Colômbia em peso diz NÃO às FARC

Na segunda-feira de carnaval, 4 de fevereiro, o que se viu nas ruas de Bogotá e de outras 50 cidades da Colômbia, felizmente não foram cordões carnavalescos. Foram multidões indignadas, calculadas em 10 milhões, que se manifestavam em peso contra as FARC. Ao mesmo tempo, no Brasil, os foliões se divertiam despreocupados, enquanto o MST, amigo das FARC, fazia seu “carnaval vermelho” invadindo 14 propriedades!

Em Bogotá, um mar humano estimado em 1 milhão de pessoas iniciou sua marcha no Parque Nacional, deslocando-se ao longo da principal avenida – a Sétima – até o centro histórico da capital.

Podiam-se ver cartazes com os seguintes dizeres: “A Colômbia sou eu – Não mais seqüestros – Não mais mentiras – Não mais mortes – Não mais FARC”; “+ Contundência – Piedade” (referência à senadora esquerdista Piedad Córdoba, cúmplice de Chávez); “Terrorista Chávez, chefe das FARC: por que não te calas?”; “As FARC não são o exército do povo, são os assassinos e seqüestradores do povo”.

Manifestações de solidariedade com o sofrido povo colombiano foram realizadas em quase 200 cidades do mundo inteiro.

Em vista dessas manifestações de repúdio às FARC, ficaram desarticuladas e sem face as forças que dentro e fora da Colômbia tudo empreenderam na tentativa de entregar definitivamente o país nas mãos de uma minoria comunista e assassina.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Há 200 anos chegava a Família Real portuguesa ao Brasil - Parte II

Revista CATOLICISMO - Edição de Fevereiro/2008
Entrevista com o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança

Catolicismo - Vossa Alteza sempre teve muito interesse pelos estudos históricos, e certamente terá conversado sobre esses temas com o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, ilustre catedrático e mestre de História. Lembra-se de algum comentário dele sobre a vinda da Família Real para o Brasil?
Dom Luiz - Lembro-me especialmente de ouvi-lo comentar o modo como a Família Real foi recebida no Brasil. Nosso povo, muito afetivo, estava encantado de ter um rei na sua terra, e portanto o recebeu muito bem. Já na Bahia, estava tudo preparado: o Vice-Rei, as autoridades militares, o Bispo da Bahia e Primaz do Brasil, acompanhado de todo o cabido e do clero, com a relíquia do Santo Lenho para o Príncipe se ajoelhar e adorar logo que chegasse. Os sinos começariam a repicar, e uma procissão acompanhá-lo-ia até o Palácio da cidade.

Quando Dom João desembarcou, foi recebido por todos, mesmo pelos negros, já então muito numerosos na Bahia. Os sinos tocavam. Ele desceu em terra, e a primeira coisa que fez foi ajoelhar-se e receber a bênção do Bispo. Cantou-se o "Te Deum" pela feliz chegada da Família Real. Nunca um soberano tinha pisado nas três Américas, e Dom João, que ainda não era soberano, era somente Príncipe Regente em nome de sua mãe Da. Maria I, ficou encantadíssimo de ver um povo tão bom. A coisa se passou às mil maravilhas!

No Rio de Janeiro, a festa foi ainda maior.

Segundo afirmou o Dr. Plínio, ele era um governante segundo um sistema de que gostam os brasileiros: pomposo, autêntico, legítimo, mas com uns lados muito familiares. Tratava as pessoas muito bem, com muita cordialidade, muita bondade e muita gentileza. Era mesmo muito simples, muito lhano no seu modo de viver.

Catolicismo - Na opinião de Vossa Alteza, o Rei Dom João VI fez bem em voltar para Portugal? Ou teria sido melhor permanecer no Brasil?
Dom Luiz - Dom João VI queria permanecer no Brasil. Seu plano era estabelecer permanentemente a capital do império lusitano no Rio de Janeiro, pois previa que o Brasil tornar-se-ia forçosamente a parte mais importante dele, por seu tamanho, sua população e suas riquezas naturais. Além disso, ele gostava imensamente do Brasil, de seu povo e de suas paisagens. A ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, era para ele uma espécie de paraíso onde podia descansar das preocupações de governante. Só voltou a Portugal forçado por uma revolução liberal em Lisboa, que punha em risco a preservação da Monarquia lusa na Europa -- e também, seja dito de passagem, a unidade do Brasil como nação. Pois as Cortes de Lisboa ameaçavam dividir nosso País em várias províncias diretamente administradas por Lisboa, ou seja, rebaixar ao status anterior um território que já era Reino autônomo.

Entretanto, ao deixar o Rio de Janeiro, Dom João VI aconselhou ao seu filho primogênito que aqui deixava com Regente: "Pedro, mais cedo ou mais tarde o Brasil se tornará independente. Toma tu a Coroa antes que um aventureiro o faça". Com isso D. João nos legou a continuidade monárquica, e também a unidade e a grandeza continental de nossa Pátria.

Em Portugal, Dom João conseguiu retomar logo o poder que estava sendo usurpado pelas Cortes e restabelecer as prerrogativas da Coroa, mas morreu pouco depois, ao que tudo indica, envenenado com arsênico por seus inimigos.

Catolicismo - Muitos autores fazem críticas pessoais, e até caricatas, a Dom João VI. Mas historiadores sérios como Oliveira Lima, e estrangeiros insuspeitos como Thomas O´Neill e o próprio Bonaparte, parecem considerar Dom João como um homem excepcional, de grande sabedoria, envergadura política e tino administrativo. O que pensa Vossa Alteza a respeito?
Dom Luiz - Estou convencido da veracidade dessa apreciação favorável. Toda a obra dele nos dá testemunho disso. É lamentável que, a partir da República, uma campanha sistemática de detração no-lo tenha apresentado, inclusive em livros escolares, como um homem desfibrado, indeciso, mole e glutão.

Contudo, apesar dessa campanha desfavorável, no subconsciente dos brasileiros a verdadeira imagem de Dom João permaneceu como tendo sido um rei grande, muito popular e simpático.

Catolicismo - Do ponto de vista do refinamento cultural e social, qual foi o papel de Dom João e da Família Real portuguesa na formação das elites brasileiras?
Dom Luiz - Foi enorme. O escritor Laurentino Gomes -- a meu ver, falho em diversos aspectos -- registra insuspeitamente que o tônus de vida aumentou muito no Rio de Janeiro, com a presença da Família Real. Um sintoma disso é que "o comércio, que [antes] só vendia escravos e cavalos, passou a oferecer pianos, livros, tecidos de linho, lenços de seda, champanhe, água de colônia, leques, luvas, vasos de porcelana, quadros, relógios e uma infinidade de outras mercadorias importadas".

Não podia ser de outra maneira. A ação de presença da Corte só podia atrair para o Rio as famílias mais abastadas e estimulá-las no afã de melhorar seu modo de vida. Com isso, por via de conseqüência, o tônus de vida de toda a população teve substancial melhoria.

Acresce que Dom João atraiu para o Brasil missões artísticas e culturais da França e de outros países da Europa. Mais tarde Dona Leopoldina viria acompanhada de outras, especialmente da Áustria e da Alemanha.

Catolicismo - Na opinião de Vossa Alteza, Dom João VI chegou a vislumbrar algo da missão providencial do Brasil como continuador no Novo Mundo das tradições e glórias de Portugal?
Dom Luiz - Creio que sim. O fato de ele ter querido que seu herdeiro se casasse com uma arquiduquesa da Áustria mostra que considerava o futuro soberano do império luso, com capital no Rio de Janeiro, com suficiente nível para se unir com uma filha da mais alta Casa reinante da Cristandade, e portanto do mundo inteiro.

Catolicismo - É verdade que, quando Dom João chegou ao Brasil, mandou invadir a Guiana Francesa como represália à agressão napoleônica, e em conseqüência disso o território do atual Estado do Amapá pertence ao Brasil?
Dom Luiz - De fato, ao chegar ao Brasil, Dom João mandou invadir a Guiana Francesa. Nosso Corpo de Fuzileiros Navais foi criado para essa missão. O Príncipe Regente previa importantes negociações internacionais após a queda de Napoleão, a fim de reordenar o mundo convulsionado pelo tirano corso. Queria ter então moeda de troca, e só devolveu a Guiana quando a França desistiu de ter fronteiras nas margens do rio Amazonas.

É preciso dizer que Dom João VI tinha na Europa três diplomatas de primeira ordem: o Marquês de Marialva, junto à Corte de Viena, que negociou o casamento de Dom Pedro com Dona Leopoldina e defendeu os nossos interesses no Congresso de Viena, juntamente com o Conde de Palmela, que normalmente ficava em Londres. Além desses dois, havia também um Senhor Britto, baiano de nascença, que em Paris deixava exasperado o Duque de Richelieu, ministro de Luís XVIII, por causa da habilidade com que conseguia vantagens para Portugal em todas as negociações.

Esses três diplomatas podiam dar o melhor de si, mesmo porque se sabiam apoiados por um rei inteligente, sagaz, com grande visão política, muito esperto, e que sabia o que queria.

Catolicismo - O que tem a dizer Vossa Alteza sobre a reação dos portugueses católicos diante da invasão das hordas revolucionárias francesas?
Dom Luiz - Os portugueses católicos reagiram heroicamente diante do invasor. Começaram por uma guerrilha, que logo se transformou numa tropa regular. Auxiliados por forças inglesas, infligiram aos exércitos de Bonaparte, na Batalha do Bussaco, a primeira derrota em campo aberto de sua história. As forças anglo-lusas, muito ajudadas pela feroz guerrilha espanhola, continuaram a luta até a expulsão dos franceses da Península Ibérica.

Catolicismo - Fazendo abstração do fato de Vossa Alteza ser descendente e sucessor dinástico de Dom João, e apenas considerando a perspectiva histórica: na opinião de Vossa Alteza, qual a grande qualidade e qual a grande carência de Dom João?
Dom Luiz - A meu ver, as grandes qualidades de Dom João foram o seu excepcional descortino político e a sua sagacidade benévola e benfazeja. Uma de suas carências foi a falta de talento militar. Um Dom Pedro I teria mandado a Família para o Brasil, tomando a frente da resistência contra o invasor. Entretanto, é preciso ponderar que Dom João deve ter tomado em consideração, para agir como agiu, o fato de saber que o fermento da Revolução Francesa também se encontrava no Brasil; e que, permanecendo em Portugal, ele se arriscava a perder aquilo que era o maior florão de seus domínios. O que aconteceu com a América Espanhola parece lhe dar razão...

Catolicismo - Pedimos licença para duas perguntas bem pessoais: Se Vossa Alteza estivesse no lugar de Dom João, como teria agido quando da invasão napoleônica? E como teria agido no Brasil?
Dom Luiz - Não é fácil responder à primeira pergunta, pois entraram então em jogo muitos fatores que, à distância, não se pode julgar com segurança. Mas no Brasil, eu creio que teria agido como ele.

Catolicismo - Por fim, uma última pergunta de ordem pessoal: quais as qualidades de Dom João VI e Dom Pedro I que Vossa Alteza mais preza e mais deseja possuir e cultivar em si?
Dom Luiz - De Dom João VI, eu quereria ter as qualidades que já citei. De Dom Pedro I, o arrojo e a coragem política e militar.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Há 200 anos chegava a Família Real portuguesa ao Brasil - Parte I

Revista CATOLICISMO - Edição de Fevereiro/2008
Entrevista com o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança

Para marcar as comemorações do bicentenário da vinda da Família Real, que tantos benefícios trouxe a nosso País, nada mais adequado do que uma entrevista com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, descendente direto e continuador dinástico de D. João VI

Catolicismo - Qual a importância histórica e o significado mais profundo da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil?
Dom Luiz - O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira costumava dizer que parecia haver um plano da Divina Providência, no sentido de formar para o terceiro milênio uma grande nação católica, com influência determinante nos acontecimentos do mundo, e que essa nação seria o Brasil. Apesar das mazelas dos dias que correm, esse sentimento é compartilhado mais ou menos conscientemente pela maioria dos brasileiros. Por sua extensão territorial quase continental, por seus recursos naturais praticamente inesgotáveis, por seu povo inteligente, afetivo, bondoso e fundamentalmente católico, nossa Pátria poderá, após os acontecimentos punitivos e regeneradores previstos pela Santíssima Virgem em Fátima, ser um luzeiro para toda a nova Cristandade. Numa era marial como a prevista por numerosos Santos, entre os quais o grande apóstolo mariano, São Luís Grignion de Montfort. A Terra de Santa Cruz poderá ter, nessa época, um papel exemplar para as outras nações, como o da França na Cristandade de outrora. Vista nessa perspectiva, a vinda da Família Real portuguesa para suas terras americanas tem um significado providencial transcendente.

Catolicismo - Fala-se geralmente que o Príncipe Regente Dom João e a Família Real fugiram para o Brasil. Está correto isso? Ou a realidade histórica é diferente?
Dom Luiz - A consciência de que o Brasil, pelo seu tamanho e pelas suas riquezas, teria um papel de primeira plana no império português, existiu desde o século XVII. Isso se vê no fato de que, a partir da ascensão ao trono da dinastia de Bragança, em 1640, o herdeiro imediato da Coroa tinha o título de Príncipe do Brasil. Cogitou-se desde o fim do século XVII em transferir para a América a capital do império luso, a fim de afastá-la das turbulências européias e, ao mesmo tempo, pô-la num lugar a partir do qual fossem mais fáceis e rápidas as comunicações com a África e a Ásia. O Rio de Janeiro tornara-se escala obrigatória para os navios rumo ao Oriente, e as possessões africanas foram muitas vezes administradas, desde o século XVIII, por governadores gerais e vice-reis do Brasil.

Quando se apresentou para Portugal a ameaça de uma invasão napoleônica, o então Príncipe Regente Dom João viu que era o momento de concretizar o velho plano, para poupar à Dinastia a sorte de tantas outras Casas reinantes espoliadas pelo tirano corso. A fim de ter tempo para preparar a transferência, Dom João aparentou longa indecisão entre a aliança inglesa e a francesa. Era preciso armar e preparar toda uma esquadra, encaixotar todo o necessário para a vida da corte e o funcionamento do governo na novacapital. Móveis, baixelas, obras de arte, biblioteca, arquivos, tesouro nacional, mil coisas diversas. O Príncipe Regente conseguiu, com sua
aparente abulia, despistar magistralmente Napoleão. A ponto de este, em suas memórias redigidas no exílio de Santa Helena, se manifestar ressentido contra o "único soberano que o ludibriara".

Catolicismo - A vinda da Família Real portuguesa foi vantajosa para a unidade e a grandeza do Brasil?
Dom Luiz - Foi providencial!

Catolicismo - Em que áreas?
Dom Luiz - O principal efeito foi que a nossa emancipação, pela virtude da Monarquia, se deu sem o País se fracionar em várias repúblicas, ao contrário da Hispano-América. O Brasil permaneceu uno. Durante os primeiros 67 anos de independência, foi poupado de muitas das turbulências políticas que assolaram nossos vizinhos, com golpes de estado, revoluções, ditadores populistas, etc. Após a proclamação da República, infelizmente, enveredamos também por essas brenhas...

Catolicismo - Estaria correto ou é exagerado dizer que Dom João VI assentou as bases do império brasileiro?
Dom Luiz - É inteiramente exato! Segundo o historiador Oliveira Lima, o Príncipe Regente Dom João veio para o Brasil com o intuito de formar aqui um grande império. Mal chegou ao Brasil, aquele homem aparentemente abúlico e indeciso tomou uma série de medidas fundamentais para isso. Basta citar que, no mês que passou na Bahia de 22 de janeiro a 26 de fevereiro, antes de desembarcar definitivamente no Rio de Janeiro, já decretara a abertura dos
portos ao comércio internacional, aprovara a formação da primeira Escola de Medicina do Brasil e os estatutos da primeira companhia de seguros, concedera a licença para a construção de uma fábrica de vidro e outra de pólvora. Além disso, ordenara abrir estradas, encomendara um plano de fortificação e defesa da Bahia e a formação de dois esquadrões de cavalaria e um de artilharia. Não é razoável supor que todas essas medidas, que tiveram tantas conseqüências benéficas a longo prazo, tenham sido decididas na hora, ao sabor dos acontecimentos, sem que tivesse havido um planejamento anterior, um projeto político preexistente.

Já no Rio de Janeiro, dois dias depois de desembarcar a 8 de março, Dom João organizou o governo. O Ministério compunha-se de: Negócios Estrangeiros e da Guerra, com D. Rodrigo de Sousa Coutinho, futuro Conde de Linhares; Negócios do Reino, com D. Fernando José de Portugal, que seria feito Marquês de Aguiar; e Negócios da Marinha e do Ultramar, com D. João Rodrigues de Sá e Meneses, Visconde de Anadia.

No afã de criar as estruturas do País, Dom João ainda editou o regulamento da Administração Geral dos Correios, criou uma Escola Superior de Técnicas Agrícolas, um laboratório de estudos e análises químicas, a Academia dos Guardas-Marinha, a Academia Real Militar, que incluía Engenharia Civil e Mineração, a Impressa Régia. Estabeleceu, além disso, o Supremo Conselho Militar e de Justiça, o Arquivo Militar, o Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens, ou seja, o Judiciário independente no Brasil, a Intendência Geral de Polícia, o Erário Régio, o Conselho da Fazenda, o Corpo da Guarda Real. Mais tarde seriam criados o Banco do Brasil, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico, este último com a finalidade de aclimatar no Brasil espécies vegetais oriundas da África e Ásia.

As regiões mais distantes foram exploradas e mapeadas, e Oliveira Lima relata que o Príncipe Regente mandou pôr marcos de pedra em todas as nossas fronteiras, das Guianas à Argentina. Esses marcos serviriam muito mais tarde, já na República, para calçar as negociações de limites com nossos vizinhos, levadas a cabo pelo Barão do Rio Branco. Cabe ainda lembrar que em 1815, já como Rei com o título de D. João VI, elevou o Brasil a Reino Unido com Portugal e Algarves. Com isso, politicamente ficava o Brasil emancipado de Portugal e equiparado à antiga mãe-pátria. Dom João realmente deu ao Brasil as instituições políticas, judiciárias, militares, culturais e econômicas fundamentais para um país independente e soberano.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Enquete sobre células-tronco embrionárias

De acordo com a Revista Veja (07.FEV.2008):
"O Supremo Tribunal Federal está próximo de julgar se as células-tronco embrionárias poderão ou não ser usadas para pesquisas genéticas no Brasil. Logo na reabertura dos trabalhos, na última sexta-feira, o ministro Carlos Ayres Britto entregou à presidência do Supremo o seu voto sobre o assunto, que pode agora ser incluído na pauta de julgamentos. O voto é de extrema importância: Britto é o relator de uma ação de inconstitucionalida de contra a Lei de Biossegurança, em torno da qual gira uma duradoura polêmica.

Em vigor desde março de 2005, a lei autorizou as pesquisas com células-tronco de embriões humanos, mas fez restrições: os pesquisadores só podem usar embriões inviáveis, que serão descartados pelas clínicas de fertilização, ou embriões congelados há pelo menos três anos. Em maio de 2005, entretanto, o então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, entrou com uma ação no STF alegando que a Lei de Biossegurança era inconstitucional."

Para saber mais sobre a diferença entre células-tronco embrionárias e células-tronco adultas, sugerimos uma consulta ao artigo "O dilema das células-tronco".

Dê sua opinião, responda a enquete na lateral esquerda deste blog: "Você concorda com as pesquisas com células-tronco embrionárias?

A enquete ficará disponível até dia 20 de Abril de 2008.

RESULTADO:

Você concorda com as pesquisas com células-tronco embrionárias?

Não! - 163 (82%)

Sim! - 28 (14%)

Não tenho opinião formada! - 2 (1%)

Nunca pensei sobre isso! - 4 (2%)

TOTAL DE VOTOS: 197

Hackers atacam blogs chineses considerados subersivos

Sexta-feira, 28/12/2007
Fonte: Portal Imprensa

A ação conseguiu fechar 2 mil blogs, informou nesta sexta-feira (28), a ONG de defesa da liberdade de imprensa, Repórterers Sem Fronteiras (RSF). "Estamos indignados com atitude desses hackers, muito provavelmente instalados na China, que deixaram fora de serviço 2 mil blogs", disse a RSF em comunicado recebido pela agência de notícias Efe.

Wei Shi, editor do Boxun, disse à RSF que está é a primeira vez que o site enfrenta um ataque DDOS (sigla em inglês para ataque distribuído de negação de serviço). Os hackers atacaram o servidor com um número intenso de pedidos de conexão, o que causou a falha no sistema. Apesar da pouca freguência, em agosto o site sofreu um outro tipo de ataque que suspendeu dez páginas de dissidentes políticos chineses que parecem ser, segundo a RSF, o verdadeiro alvo dos hackers.

"Nossa plataforma Boxun.com/blog caiu dia 24 de dezembro. Não estamos ainda seguros de poder recuperar todos os dados perdidos e vamos ter de encontrar um novo servidor", afirmou Wei. De acordo com a informações da agência, o governo chinês constuma prender, em hospitais psiquiátricos, blogueiros considerados subversivos. Alguns dos detidos haviam criticado em seus blogs os abusos cometidos pelo regime. Segundo um estudo da RSF, a China é a maior prisão do mundo para jornalistas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Preservação do patrimônio religioso

O Estado de S. Paulo, quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Benedito Lima de Toledo

Marcel Reymond, em sua obra De Michel-Ange a Tiepolo, referindo-se às igrejas após o Concílio de Trento, expõe o que delas se espera: “(...) as igrejas abertas aos mais humildes, aos mais deserdados, deveriam ser mais belas que os palácios dos reis. Nesse santuário, encontrareis vós, os mais pobres dos homens, tesouros e festas artísticas que estavam reservadas somente aos príncipes da terra.” Não é outra a sensação de que somos tomados ao ingressar em qualquer igreja da assim chamada escola franciscana do Nordeste? As igrejas “todas de ouro”, motivo de orgulho e ciúmes da população, mantêm suas portas permanentemente abertas.

A luz vacilante das velas permanentemente recriando os relevos em ouro, o aroma do incenso e a discreta presença da música fazem da emoção artística o início da emoção religiosa.

Ao lado das igrejas conventuais, as capelas das irmandades leigas são testemunhos vivos da capacidade da população civil de se organizar para honrar o santo de sua devoção. São José é honrado pelos carpinteiros; São Benedito, pelos cozinheiros; Nossa Senhora dos Navegantes zela pelos homens do mar, Santa Ifigênia, pelos negros. Todas as capelas, todavia, mantêm portas abertas, para acolher indistintamente todo o povo.

Na região do ouro ocorreu um fato imprevisto: a proibição das ordens religiosas. O rei foi taxativo: “Que se lançasse fora os padres que não tivessem ministério e à força, se de outra forma não quisessem sair.”

Sem os conventos, o poder leigo veio suprir as aspirações religiosas da população. Aos poucos, foram despontando na paisagem as belíssimas capelas mineiras, com expressões artísticas de indiscutível originalidade já no emprego de novos materiais, como a pedra-sabão, ou o surgimento de talentosos artistas nas variadas formas de expressão, à semelhança da pintura dos tetos que rompem as limitações visuais e nos remetem diretamente aos céus.

Os objetos de devoção transcendem sua finalidade primeira. Participam da vida da comunidade. A imagem de São Jorge, por exemplo, percebia soldo correspondente à sua patente e comparecia às procissões “montado” a cavalo.

Nessas manifestações se observa o primado do visual: o sacerdote protegido por um pálio apresenta aos fiéis um ostensório (coerente com a etimologia) e as famílias, por sua vez, estendem toalhas ornadas com flores no peitoril das janelas. À noite, velas e archotes criam relações imprevistas ou até dramáticas no espaço urbano.

Essa devoção é transferida aos pequenos oratórios no interior das residências, onde se abrigam pequenas obras de artistas de mérito. “Tudo na condição de reintegrar a obra de arte no seu momento histórico, reencontrando os processos que a geraram e as estruturas que o condicionaram”, como recomenda Maurizio Fagiolo.

Daí o sentido dos museus de arte sacra, onde cada peça encontra ambientação junto às suas congêneres, ocorrendo um convívio harmonioso e a perspectiva de sua preservação e restauração.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Para Chávez, Venezuela faz fronteira com as "forças insurgentes" e não com a Colômbia

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que seu país não faz fronteira com a Colômbia, e sim com as "forças insurgentes do país". A informação é da agência argentina Telam.

"A Venezuela se milita a oeste, a sudoeste, a noroeste, em boa parte deste território, com as forças insurgentes da Colômbia, que têm outro Estado e leis próprias que aplicam e fazem cumprir", disse Chávez, durante a comemoração dos 16 anos da tentativa de golpe de Estado contra o governo de Carlos Andrés Pérez.

"Essa é uma realidade que não se pode desconhecer, é uma guerra interna da qual nós não participamos, e se participamos de alguma maneira, é para buscar um acordo entre as partes e chegar a um acordo de paz na Colômbia", disse Chávez.

O chefe de Estado venezuelano também disse que não concorda com a prática de seqüestro por parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas ressaltou que uma boa parte dos reféns são prisioneiros de guerra.

Hugo Chávez informou que seu governo já iniciou contatos e movimentos para a libertação dos ex-parlamentares Luis Pérez, Gloria Polanco e Orlando Cuellar: "Estamos prontos, adiantando a operação para resgatá-los, para que voltem a suas casas".

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Fetos chutam tumor de útero e 'salvam a vida da mãe'

Ela decidiu seguir em frente com a gestação e foi submetida a doses limitadas de quimioterapia

BBC Brasil

SÃO PAULO - Uma britânica que descobriu um câncer durante a gravidez foi salva pelos chutes dos fetos, que expulsaram parte do tumor.

Michelle Stepney, de 35 anos, estava grávida de gêmeas quando foi levada para o hospital com um sangramento.

No início, os médicos suspeitaram de um aborto, mas logo descobriram que ela estava com câncer cervical e que acabara de expelir um pedaço do tumor do colo do útero.

"Eu não poderia imaginar que os chutes que eu sentia seriam tão importantes. Eu mal pude acreditar quando os médicos disseram que os movimentos tinham expulsado o tumor", diz Michelle.

Os oncologistas sugeriram que ela fizesse quimioterapia e retirasse o útero para remover o câncer por completo, o que significaria o fim da gravidez.

Michelle conta que, depois de muito refletir, decidiu seguir em frente com a gestação e foi submetida a doses limitadas de quimioterapia, aplicadas a cada 15 dias.

As gêmeas, Alice e Harriet, nasceram na 33ª semana de gravidez de cesariana. As meninas estavam em perfeito estado de saúde, mas nasceram sem cabelo por causa dos efeitos da quimioterapia.

Quatro semanas depois do parto, Michelle foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor e do útero. Os médicos acreditam que ela esteja curada.

A britânica disse que deve "a vida às filhas".

No dia 12 de fevereiro, Michelle receberá o prêmio "Mulher de Coragem" do Cancer Research UK, um centro na Grã-Bretanha dedicado a pesquisas sobre o câncer.

(Agência Estado, 05/02/2008)

‘Cotas estão estimulando o ódio racial’

O Estado de S. Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Elder Ogliari

PORTO ALEGRE — O polêmico debate sobre a reserva de vagas da universidade para estudantes negros e egressos do ensino público ganhou um novo ingrediente com a liminar que o procurador da República Davy Lincoln Rocha conseguiu da Justiça Federal para suspender o sistema na Universi-dade Federal de Santa Catarina (UFSC), na sexta-feira, e as opiniões fortes que ele vem emitindo desde então. Na ação, Rocha sustentou que as cotas não estão previstas em lei, que a autonomia não dá às universidades o direito de legislar e que a Constituição estabelece a igualdade de direitos.

Em comentários posteriores, ele considerou o sistema de cotas uma hipocrisia que coloca pes-soas despreparadas na universidade e propôs que as compensações aos negros e aos pobres sejam pagas por toda a sociedade por meio de bolsas de estudo e não cobradas de estudantes que se saíram melhor no vestibular. Afirmou, ainda, que os cotistas estarão sujeitos ao vexame na faculdade e à discriminação no mercado.

Nesta entrevista ao Estado, ele insiste em que o mérito deve ser o critério de acesso à academia, que “não é lugar para quem quer, mas para quem tem intelecto para freqüentá-la”.

— O que o levou a mover a ação para suspender o acesso por cotas na Federal de Santa Catarina?
— Recebi a representação de alunos, analisei, vi que as cotas não estavam previstas em lei. Como a Constituição estabelece a igualdade de direitos, entendi que a universidade não pode reser-var vagas para alguns e impedir o acesso de outros candidatos. Há 30% de estudantes que estão sen-do retirados por proibição, mesmo tendo notas para ingressar na faculdade.

— No Rio Grande do Sul, juízes de primeira instância baseiam-se em decisões do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região que reconhecem o estabelecimento de cotas como direito da autonomia universitária para negar liminares a candidatos que perderam vagas para cotis-tas. O sr. acredita que a UFSC possa perder o recurso encaminhado à mesma corte?
— O TRF da 5ª Região, do Recife, está mantendo liminares favoráveis a candidatos preteridos em Alagoas. Mas admito que dificilmente o TRF4 vá confirmar a liminar.

— Nesse caso, o que pretende fazer?
— Entrarei com uma ação civil pública pedindo a anulação de um concurso para juiz do TRF 4 que está em andamento e não prevê reserva de vagas para negros, egressos do ensino público e índios e um novo concurso que estabeleça cotas. O tribunal não pode ter uma política para fora e uma para dentro.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Receber Comunhão na mão enfraquece devoção diante do Santíssimo, diz autoridade vaticano

A HAIA, 03 Fev. 08 / 12h00min am (ACI).- O Arcebispo Albert Malcolm Ranjith, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sublinhou que ao receber a Comunhão na mão se produz "um crescente enfraquecimento de uma conduta devota diante do Santíssimo Sacramento". Em sua opinião a Igreja deveria reconsiderar a permissão para recebê-la desta forma.

Segundo o sítio Web Kath.net o Prelado fez pública esta proposta, no prólogo do livro "Dominus Est: Pensamentos de um Bispo da Ásia Central sobre a Sagrada Eucaristia" escrito pelo Bispo Auxiliar de Karaganda, Dom Athanasius Schneider, e editado pela livraria do Vaticano em janeiro deste ano.

Dom Ranjith recalcou que a Sagrada Eucaristia deve ser recebida "com reverência e atitude de devota adoração". Ressaltou que a prática de receber a comunhão na mão foi "introduzida de maneira abusiva e precipitada em alguns âmbitos" e posteriormente reconhecida pelo Vaticano. Além disso recordou que no Concílio Vaticano II nunca se legitimou esta prática.

Aqui não se trata de argumentos capciosos, recalcou Dom Ranjith, "acredito que chegou a hora de avaliar esta prática e reconsiderá-la e, quando for necessário, deixá-la", demarcou.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Índice de aprovação de Uribe bate recorde: 81%

O Estado de S. Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Índice de aprovação de Uribe bate recorde: 81%
Efe e AFP

Os índices de aprovação do presidente colombiano, Álvaro Uribe, atingiram seus níveis mais altos no último mês, de acordo com uma pesquisa do Instituto Gallup divulgada na noite de quarta-feira. Na sondagem, Uribe aparece com 81% de aprovação, 7 pontos percentuais a mais que em novembro. É o índice mais alto entre os presidentes latino-americanos. A guerra do
governo colombiano contra as Farc tem o respaldo de 67% da população e o modo como Bogotá vem conduzindo sua política externa de 74%. Já o presidente venezuelano, Hugo Chávez, para quem as Farc entregaram duas reféns recentemente, tem uma imagem desfavorável para 74% dos colombianos. Chávez acusa Uribe de boicotar um acordo humanitário com a guerrilha. Segundo analistas, entre os fatores que impulsionam a popularidade do presidente colombiano estão a redução dos índices de violência e o crescimento da economia desse país.

ZENIT: Quem apostou na pesquisa com embriões não reconhece que perdeu a aposta

Entrevista com a professora doutora Alice Teixeira

SÃO PAULO, domingo, 27 de janeiro de 2008 (ZENIT.org). - Quem apostou nas pesquisas com células-tronco embrionárias não reconhece que perdeu a aposta, pois, para além do fato desse tipo de pesquisa violar a dignidade do embrião humano, elas não dão resultados positivos, explica uma especialista.

A Dra. Alice Teixeira é professora associada da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, formada em Medicina, em 1967, na Escola Paulista de Medicina, Doutora em Biologia Molecular, em 1971, Felowship na Research Division de Cleveland Clinic Foundation, EUA, 1971-72, e pertence ao Movimento Comunhão e Libertação.

Ela é palestrante no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, que será realizado no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, de 6 a 10 de fevereiro. Zenit a entrevistou no contexto dos preparativos ao Congresso.

-Como a Sra. vê a realização de um encontro reunindo expressivos especialistas de bioética e lideranças pró-vida nacionais e internacionais, para a abertura da Campanha da Fraternidade, com o tema "Fraternidade e Defesa da Vida", e o lema: "Escolhe, pois, a Vida". Qual a importância desse encontro, nesse contexto, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida?

-Dra. Alice Teixeira: Há necessidade de o nosso povo ser bem esclarecido sobre mais uma agressão que está sendo planejada há longa data tendo como vítimas nossos idosos e nossos nascituros, ou seja, a parte mais indefesa de nossa população. Acredito que este encontro tem esta finalidade: mostrar às bases, nas paróquias de todo Brasil, a necessidade de defendermos a VIDA desde a concepção até a morte natural do ser humano.

-A Sra. irá falar sobre "a dignidade do embrião humano". Poderia nos dizer o que irá destacar em sua exposição?

-Dra. Alice Teixeira: Em 1991 Jerôme Lejeune, o médico francês que descobriu a causa genética da síndrome de Down (antes chamada de mongolismo), disse numa entrevista à Revista VEJA: "Não quero repetir o ÓBVIO. Mas, na verdade, a vida humana começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos masculinos transportados pelo espermatozóide se encontram com os 23 cromossomos da mulher, TODOS os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão presentes. A fecundação é o marco do início da vida. Daí para frente qualquer método para destruí-la é um assassinato" . De modo que na minha preleção ireis destacar que: 1) desde 1827, graças às pesquisas de Ernst van Baer, com auxílio de um microscópio mais sensível, se sabe que a vida humana se inicia na concepção; 2) que não é um dogma religioso, que o Papa Pio IX
aceitou este fato científico em 1869 e juntamente com os médicos ingleses, na mesma data, decretou que a Igreja Católica devia defender o ser o humano desde a sua concepção, pois é uma pessoa humana, e como tal a sua dignidade deve ser defendida pelos católicos de todo o mundo; 3) que até hoje os embriologistas vêm comprovando cientificamente este fato; 4) que os embriões humanos devem ter sua dignidade respeitada em todas as fases de seu
desenvolvimento e mesmos os congelados, que não devem ser objetos de pesquisa ou serem destruídos para se fazer cultura de suas células; 5) mostrarei que muitos embriões congelados por vários anos deram crianças saudáveis, inclusive no Brasil; 6) que mesmo os bebês anencéfalos têm direito à vida e sua dignidade deve ser respeitada como todas as pessoas humanas; 7) que existem interesses econômicos de indústrias de biotecnologia em utilizar o nascituro como fonte de células para pesquisa.

-A Sra. participou no começo do ano passado de um importante debate no STF com o tema "o início da vida humana". Que avaliação a Sra. faz daquele debate, e que decisão a Sra. acha que o Supremo Tribunal Federal irá tomar diante dessa questão?

-Dra. Alice Teixeira: No debate no STF, nosso grupo mostrou exaustivamente que o início da vida humana se dava na concepção. Foi mostrado por médicos e biomédicos, em que a parte científica e a ética mostrou a necessidade do respeito à dignidade do embrião humano. Mostrei que para a Medicina Regenerativa não havia necessidade de se fazer experimentos com embrião
humano, que as células-tronco adultas eram capazes de solucionar estas doenças. Fui profética quando afirmei que graças aos trabalhos do Dr. Yamanaka, da Universidade de Kioto, Japão, não havia mais necessidade de células embrionárias humanas para tais pesquisas, visto que este cientista estava conseguindo transformar células adultas da pele em células com características embrionárias. Este feito foi repetido por vários pesquisadores no ano passado a tal ponto que, James Thomson, o primeiro a conseguir cultura de células embrionárias humanas, disse que pesquisa com estas células não valia mais nada, pois não conseguira nenhum resultado positivo até hoje (existem 72 resultados positivos com células-tronco adultas) e que na História da Ciência as pesquisas com células embrionárias humanas seria uma nota de roda-pé. Thomson, inclusive é um dos pesquisadores que mudou sua linha para estas células adultas transformadas. Estes trabalhos publicados no fim de novembro de 2007 fizeram as ações de muitas indústrias de biotecnologia, que apostavam nas células embrionárias humanas, caírem. O grupo brasileiro que queria fazer pesquisas com estas células teve uma audiência com alguns juristas do STF e tentou convencê-los, bem como a mídia, que a pesquisa com embriões humanos é necessária. Não reconhece que perdeu a aposta.

-Por que o debate em torno do início da vida humana entrou na agenda de discussões no País? Quais os interesses ideológicos daqueles que insistem em questionar o início da vida humana com a concepção, que é o posicionamento não só da Igreja, mas da própria ciência?

-Dra. Alice Teixeira: Desde 1970 temos uma conspiração mundial contra a vida humana, que propõe a redução da taxa de natalidade no mundo e defende a eutanásia para redução dos custos da saúde com os idosos. Usam falsos argumentos que chamam de "direitos ao próprio corpo" e querem incluí-los aos Direitos Humanos, usando de tais artifícios querem impô-los em nosso país. É importante para os que insistem em utilizar as células do embrião humano em pesquisa que o início da vida humana seja uma questão de OPINIÃO, que não haja CONSENSO, que seja tratado como um DILEMA ÉTICO. Assim no STF falavam: "Eu acho que a vida humana se inicia aos 14 dias quando se inicia a formação do tubo neural... outros acham que é no sétimo dia quando o embrião se implanta no útero materno... São todos favoráveis ao aborto. Um deles usa células nervosas fetais humanas na sua pesquisa.

-Como estão os avanços com a pesquisa em células-tronco embrionárias? Quais as novidades a respeito?

-Dra. Alice Teixeira: Robert Lanza, da Advanced Cell Tecnology, está propondo um "contorno ético" fazendo a cultura de células embrionárias humanas a partir de células arrancadas do embrião humano na fase de mórula. Congelou os embriões dos quais tirou as células de modo que não sabe afirmar quais seriam as conseqüências. Presume que não afeta o desenvolvimento dos
mesmos. Samuel Wood, da Stemagen Corp. afirma ter conseguido blastocistos humanos clonados para a clonagem terapêutica. Aguarda-se confirmação destes experimentos. Vê-se que se tratam de resultados provenientes de indústrias de biotecnologia que se encontram desesperadas com a queda de suas ações.

-Que políticas públicas a Sra. espera ver implementadas no sentido de realmente promover a família e a vida humana em nosso País?

-Dra. Alice Teixeira: Primeiro: educação do nosso povo. No caso da educação sexual e sexualidade, devemos ter cuidado para que não seja distorcida com pornografia e hedonismo. Segundo: esclarecimento e transparência das políticas de saúde, que visem benefícios para todos. Terceiro: investir na Medicina Preventiva. As doenças dos pobres continuam prevalecendo em nosso país: a tuberculose, a malária, a doença de Chagas, a úlcera de Bauru/ Calazar. Investe-se muito dinheiro na AIDS que é doença de rico e dá um bom retorno para as indústrias farmacêuticas. Quarto: combate à violência através de políticas públicas no combate às drogas. Acaba-se resumindo tudo em educação e informação.

-Na sua opinião, o que será preciso fazer para que a CF-2008 seja uma Campanha com resultados efetivos na defesa da vida humana?

-Dra. Alice Teixeira: Para ter sucesso nossa Igreja, párocos e movimentos, devem esclarecer, informar nosso povo e ensiná-los a cobrar de nossos parlamentares as medidas necessárias em defesa da família, de sua saúde, de sua educação, contra as drogas e contra a violência que dela advém.

-O que a Sra. poderia apontar como relevante a ser destacado na Declaração de Aparecida em Defesa da Vida, que será entregue à CNBB?

-Dra. Alice Teixeira: Repito as palavras do nosso Papa, que constam no cartaz do Congresso: "Só contribui para um mundo melhor, fazendo o bem agora e pessoalmente, com paixão e em todo lado onde for possível" É isto que nos todos temos de fazer.

(Por Hermes Rodrigues Nery)

ABIM - O Natal da Igreja perseguida no Irã

Os católicos no Irã passaram mais um Natal sob um estatuto legal iníquo e persecutório. Os que nasceram católicos puderam festejar, a portas fechadas em casas ou clubes, e ir às igrejas que têm um estatuto precário.

A polícia vigiava as portas dos templos para impedir que os "ilegais" -- aqueles que renegaram o islamismo e os filhos de casais mistos -- pudessem entrar, informou "AsiaNews". O presidente Ahmadinejad ameaçou: "Acabarei com o Cristianismo neste país".

Oficialmente há 340.000 cristãos no Irã. Entretanto, o país (antiga Pérsia) é a terra dos Reis Magos, os primeiros chefes de Estado que adoraram o Menino Jesus, maravilhosamente conduzidos
por uma estrela até a gruta de Belém. (ABIM)

ABIM - Eutanásia legal nas ruas de Zurich

A associação suíça Dignitas, de Zurich, que pratica a eutanásia sob o amparo da lei, não encontra local onde consiga se instalar. Criou-se um tal ambiente de horror em torno dela, que teve de abandonar as instalações onde tirou a vida de centenas de pessoas. Os vizinhos não suportavam a circulação constante de "clientes", cadáveres e ambulâncias.

Dignitas passou a oferecer seus serviços letais em vans de aluguel estacionadas nas ruas. Nelas os suicidas bebem um sinistro e "legalizado" cocktail da morte. A sórdida situação criada é uma decorrência da fuga ante o dever de carregar cristãmente o sofrimento. (ABIM)

ABIM - ONU divulga falsos números sobre aborto

A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e o Fundo de População da ONU (UNFPA) publicam, sem nenhum fundamento, que todo ano morrem entre 500 e 600 mil mulheres no mundo por falta de "aborto legal". A fraude foi confessada pelo ex-chefe do Escritório de Estatísticas da ONU, Dr. Joseph Chamie, ao Catholic Family and Human Rights Institute (C-FAM). Essas cifras não têm fundamento sério, explicou ele, porque a maioria dos países não informa o número nem a causa das mortes anuais, nem o sexo ou idade dos falecidos. Porém esses órgãos seguem divulgando cifras assustadoras de mortalidade materna para alicerçar as campanhas de descriminalização do aborto promovidas pela esquerda. (ABIM)

ABIM - O Bispo, o rio e o pecado

Helio Dias Viana(*)

A segunda greve de fome de 24 dias a que se submeteu o bispo de Barra (BA), D. Luiz Cappio, no fim do ano passado, sugere algumas reflexões.

Em primeiro lugar, sua atitude é típica dos adeptos da Teologia da Libertação, que desviam as atribuições do religioso para o plano meramente humano e temporal, deduzindo daí toda uma Weltanschauung. Desvio muitíssimo mais perigoso que o do rio São Francisco, pelas conseqüências doutrinárias e morais de que se reveste.

Em segundo lugar, D. Cappio - que teve o cuidado de se apresentar sempre revestido do hábito franciscano - está se imiscuindo numa área que não lhe compete, ao invadir atribuições do poder temporal. Seria, em sentido oposto, o mesmo que um governo resolvesse opinar sobre o acerto
de um projeto para a construção de uma catedral.

Se, para a transposição do rio São Francisco, o governo devesse fazer expropriações pelas quais pagasse aos proprietários um preço injusto, aí sim, contra este aspecto, de ordem moral, o prelado poderia se opor, expondo o que a respeito ensina a doutrina católica. Contudo, esse aspecto moral parece nada dizer não só a D. Cappio, mas também à CNBB e a tantos outros bispos que dão incondicional apoio à Reforma Agrária socialista e confiscatória em curso no País,
atentatória do sagrado direito de propriedade, o qual é assegurado por dois Mandamentos da Lei de Deus: "Não roubarás" e "Não cobiçarás as coisas alheias".

Por fim, o pecado. Que um bispo da Santa Igreja faça uso de método condenado pela moral católica, qual seja o de se expor ao suicídio, constitui pecado contra o 5º. Mandamento da Lei de Deus: "Não matarás". Sem falar do pecado de escândalo.

A CNBB, que até certa altura apoiou D. Cappio, resolveu voltar atrás, possivelmente por pressão do Vaticano. Mais um triste episódio do processo de "autodemolição" da Igreja, a que se referiu Paulo VI.

(*) Hélio Dias Viana é colaborador da ABIM.

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