Moral católica e combate à Aids

Nas últimas semanas, a mídia deu grande destaque a repercussões das palavras de Bento XVI, em seu livro-entrevista Luz do Mundo, sobre o uso de preservativos em determinadas circunstâncias.

Infanticídio indígena: a tragédia silenciada

Você sabia que, em várias tribos indígenas no Brasil, crianças recém-nascidas são enterradas vivas, estranguladas, ou simplesmente deixadas na mata para morrer?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Jovens católicos argentinos, em defesa da Catedral, enfrentam grupo de feministas

Publicamos neste blog um vídeo bastante impressionante de um fato que ocorreu recentemente na Argentina.

Na cidade de Neuquén, localizada ao norte da Patagônia, próxima ao Chile, houve de 16 a 18 de agosto p.p. um "Encuentro Nacional de Mujeres", de tom feminista.

No dia 17, as manifestantes mais radicais, muitas delas lésbicas, fizeram uma marcha pelo centro da cidade, que a certa altura passaria em frente à Catedral. Previamente um grupo grande de pessoas, em sua maioria jovens, se colocou no átrio da Catedral para defendê-la de possíveis atentados como os que já haviam ocorridos em manifestações análogas.

Antes da chegada da marcha, o bispo local tentou dissuadir aos rapazes de permanecer ali, convidando-os a entrar na catedral, mas eles assim não fizeram. Quando a marcha chegou, com cantos e gritos blasfemos e soezes, que davam um tom de carnaval infernal, os rapazes começaram a rezar calmamente o Rosário em voz alta.

As feministas, e também alguns homens, ao passar diante deles lançaram, aos jovens e à Igreja, as piores injúrias, provocando-os de todas as formas, inclusive cuspindo no rosto dos rapazes – como se vê no vídeo. Arrancaram deles uma grande faixa com as cores da bandeira argentina que os católicos portavam e a queimaram; praticaram ainda outras violências, mas os jovens ignoraram as provocações e continuaram rezando serenamente, o que os deu uma inquestionável superioridade, até que chegou a polícia e se interpôs entre os rapazes e as feministas, que acabaram retirando-se.

Eis o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=FK40LwQfy7c

sábado, 13 de setembro de 2008

Lula-Morales-Chávez no lugar de Marx-Engels-Lenine

Agência Boa Imprensa - Na Bolívia, o encontro entre os presidentes Lula, Evo Morales e Hugo Chávez em Riveralta, na opinião do jornal “Zero Hora” de Porto Alegre, evocou o “culto à personalidade” típico do império soviético.

Tropas desfilaram com bandeiras estampando fotos dos três presidentes. As imagens dos três enchiam um enorme cartaz (foto ao lado), semelhante às enormes pinturas de Marx, Engels e Lenine — sinistros artífices do comunismo — como as que presidiam os desfiles do exército soviético na Praça Vermelha de Moscou (foto abaixo).

Trocando-se Lula, Morales e Chávez por Marx, Engels e Lenine — e substituindo-se o calor amazônico pelo outono russo —, a solenidade de Riveralta e o Dia do Trabalho moscovita guardam semelhanças”, concluiu “Zero Hora”.

(Fonte: Agência Boa Imprensa)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Como o plano de Mao conduz a China

Extraído do blog Pesadelo Chinês:
http://pesadelochines.blogspot.com/

Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.

- O plano da China “superpotência”

“Mao esteve em condições de lançar, em 15 de junho [de 1953] seu plano de industrialização (...). O que Mao cuidava bem de não esclarecer era a natureza essencialmente militar desse plano, a qual iria ficar escondida, e ainda é muito pouco conhecida na China de hoje. A prioridade era dada à indústria das armas, e todos os recursos do país deviam ser consagrados para essa realização. O objetivo de Mao era que a China se tornasse uma superpotência para que quando ele falasse o mundo inteiro ouvisse”. (p. 414)

- Mao: China centro tecnológico e militar da revolução mundial

Mao:“Nós não devemos nos contentar com sermos o centro da revolução mundial, nós devemos nos transformar também no centro militar e tecnológico. Nós devemos armar os outros com armas chinesas, onde estará gravado nosso nome (...). Nós devemos nos tornar o arsenal da revolução mundial”. (p. 610-611)

- Mao e os empresários “úteis” para a Revolução Mundial

“A coletivização da agricultura tornou o regime ainda mais totalitário. Na mesma época, Mao ordenou a nacionalização da indústria e do comércio nas zonas urbanas, a fim de concentrar a integralidade dos recursos para a realização de seu programa. Entretanto, os homens de negócios e os chefes de empresa não foram perseguidos como foram os proprietários agrícolas (...) ‘A burguesia, explicou Mao, é muito mais útil de que os proprietários de terras. Os burgueses possuem savoir-faire e qualidades de administradores’.” (p. 431)

- Plano: China substituindo Rússia na revolução mundial

“Mao previa uma situação na qual, dizia ele, ‘os Partidos Comunistas do mundo inteiro não acreditarão mais na Rússia, mas acreditarão em nós’. A China então poderia se apresentar como ‘centro da revolução mundial’. (...)

A idéia de erigir a experiência chinesa como modelo, enquanto milhões de chineses morriam de fome, poderia parecer uma gagueira.

Mao, entretanto não tinha preocupação alguma, pois confiava nos filtros através dos quais os estrangeiros estavam autorizados a ver e ouvir a China. (...) Quando Mao, em plena fome, se espraiava em mentiras desavergonhadas diante de François Mitterrand ‒ “eu repito, para ser ouvido: não há fome na China” ‒ este engoliu tudo e chegou a escrever a que Mao “não era um ditador”, mas um “humanista”.” (p. 500-501).

- Ambição suprema: dominar o mundo e unificá-lo sob sua bota

“A ambição suprema de Mao era dominar o mundo. Em novembro de 1968, ele confidenciava a Edward Hill, chefe do partido maoísta australiano:

“’No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) Alexandre Magno, Napoleão e o império britânico tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética quereriam os dois consegui-lo. Hitler queria unificar o mundo (...). Mas, todos fracassaram. Entretanto, me parece que há uma possibilidade que não desapareceu (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo’. (...)

“Os argumentos que ele apresentava repousavam unicamente no tamanho da população chinesa (...)”.

“Para açular esta ambição planetária, Mao lançou-se em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear. Neste sentido, o episodio mais assombroso aconteceu quando, o 27 de outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oito centos quilômetros sobrevoando várias cidades bastante importantes. Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajetória. Três dias antes, Mao em pessoa disse ao responsável de proceder ao lançamento, e que em caso de fracasso ele assumiria a responsabilidade.

“Quase todas as pessoas engajadas no projeto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...) Nesse caso, o ensaio foi um sucesso, e apressou-se em atribuí-lo ao ‘pensamento’ de Mao (...). Na realidade, foi um puro golpe de sorte. Todos os ensaios posteriores fracassaram pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter decolado. (p. 609-610)”

- Mao: prazer com a bomba atômica

“Mao foi o único chefe de Estado do mundo que saudou com festividades a nascença desta arma de destruição massiva. Em privado, ele compôs dois versos de má qualidade: Bomba atômica explode quando lhe é dito de explodir. Ah, que alegria inefável! (p. 526)

- Genocídio para forçar a industrialização e o triunfo da revolução mundial

“Perto de trinta e oito milhões de pessoas morreram de fome ou de exaustão no curso dos quatro anos que durou o ‘Grande Salto avante’. Esta cifra, Liu Shao-Chi ele próprio, número dois de Mao, a confirmou (...)

“Esta fome foi a pior do século XX ‒ e até de toda a História. Mao causou conscientemente a morte de essas dezenas de milhões de pessoas esfomeando-as e as esgotando pelo trabalho. (...)

“Para dizer tudo, Mao previra um número de vítimas mais considerável ainda. Ainda que o 'Grande Salto' não tivesse por outro objetivo que eliminar chineses, Mao estava pronto para que houvesse hecatombes e fez entender aos dirigentes que eles não deveriam se mostrar chocados se aconteciam.

“No Congresso de 1958, no qual foi dada a partida do ‘Grande Salto’, ele explicou a seu auditório que se pessoas morriam em conseqüência da política do Partido, não seria preciso se assustar, mas de se regozijar. (...)

“A morte é verdadeiramente uma causa de regozijo (...). Dado que nos acreditamos na dialética, nos não podemos não ver nela senão um benefício”.
“Esta filosofia, ao mesmo tempo despachada e macabra foi transmitida de degrau em degrau até os dirigentes de base. (...)

“Nós estamos dispostos a sacrificar 300 milhões de chineses pela vitória da revolução mundial” declarou em Moscou em 1957, ou seja, a metade da população de então. Ele o confirmou diante do Congresso do Partido, o 17 de maio de 1958: “Não façam, pois, tantas histórias a propósito de uma guerra mundial. Na pior das hipóteses, ela causará mortes (...) a metade da população desapareceria (...) a melhor das hipóteses é que uma metade da população fique com vida, se não pelo menos um terço...”

“Mao não pensava somente na guerra. Em 21 de novembro de 1958, evocando diante de seus conselheiros mais próximos, os projetos que exigiriam mão de obra enorme, como as campanhas de irrigação e o fabrico de aço, ele declarou, reconhecendo de modo implícito e quase boçal que os camponeses que não tinham o quê comer deviam se matar no trabalho: “Trabalhando desse modo, em todos esses projetos, a metade dos chineses deverão tal vez morrer. Se não é a metade, será tal vez um terço, ou um décimo ‒ digamos 50 milhões de pessoas”. (p. 478-479)

- A Revolução Cultural e a extinção da milenar cultura chinesa

“No fim de maio de 1966, Mao montou um novo organismo, o “Grupo restrito da Revolução cultural”, encarregado de organizar a purga. (...)

“Em junho, Mao estendeu o terror ao conjunto da sociedade, fazendo dos jovens que freqüentavam escolas e universidades seus instrumentos primeiros.

“Os estudantes foram encorajados a atacarem os professores e a todas as pessoas encarregadas de sua educação, com o pretexto de que uns e outros lhes tinham deformado o espírito com suas “idéias burguesas” (...) as primeiras vítimas foram os mestres e o pessoal administrativo dos estabelecimentos escolares porque eram eles que instilavam a cultura...

“Em 2 de junho, colegiais de Pequim afixaram um cartaz assinado por um nome impactante: “os guardas vermelhos” ...

“A prosa estava salpicada de fórmulas agressivas “A baixo os ‘bons sentimentos’!”, “Nós seremos brutais!”, “Nós vos derrubaremos e vos esmagaremos aos nossos pés!”. Mao tinha semeado o ódio e ia recolher os frutos desencadeando os piores instintos dos adolescentes que constituíam o elemento mais maleável e mais violento da sociedade”. (p. 556-557)

- Desprezo da vida de milhões para lograr seus objetivos

“A fome que grassou em toda a China de 1958 até 1961 [N.R.: “Grande Salto avante”] atingiu seu ponto culminante em 1960. Naquele ano, as próprias estatísticas do regime indicam que o consumo médio de calorias por dia caíra a 1.534,8.

“Segundo um dos grandes apologistas do regime comunista, Han Suyin, as donas de casa nas aldeias tinham direito, no máximo, a 1.200 calorias por dia em 1960.

“A título de comparação: em Auschwitz, os deportados condenados a trabalhos forçados recebiam diariamente entre 1.300 e 1.700 calorias; eles trabalhavam por volta de onze horas por dia, e a maioria dos que não conseguiam achar um pouco mais de alimento morriam no espaço de alguns meses.

“Durante a fome, o canibalismo fez sua aparição. (...) Durante esse tempo, havia de sobra para comer nos armazéns do Estado, sob custodia do Exército. Deixava-se mesmo apodrecer certos produtos. (...) Uma ordem vinda do alto dizia: “Proibição de abrir a porta do armazém, ainda que a população esteja morrendo de fome” (p. 477)

- Extinguir a cultura e preparar a futura geração de líderes da China

“Depois das escolas, Mao ordenou aos guardas vermelhos espalhar o terror na própria sociedade (...). Em 18 de agosto, Lin Biao, do alto da porta Tienanmen, com Mao a seu lado, exortou os guardas vermelhos de todo o país a “acalcarem as quatro velharias ... o velho pensamento, a velha cultura, as velhas vestimentas e os velhos costumes”. Os jovens atacaram antes de tudo as lojas ... Tudo isso não era ainda suficiente para Mao. ‘Pequim não afundou suficientemente no caos (...) Pequim é civilizado de mais’, declarou ele o 23 de agosto. ...

“A fim de espalhar o medo no mais fundo do país, Mao encorajou os jovens predadores a lançar operações punitivas contra pessoas cujo nome e endereço eram fornecidos pelas autoridades (p. 561)

“Durante o verão de 1966, os guardas vermelhos devastaram todas as cidades sem exceção, grandes e pequenas, e algumas zonas rurais. Possuir livros ou o que quer que fosse que pudesse ser associado com a cultura era perigoso (...)

“Mao conseguiu assim limpar os lares de todo sinal de civilização. Quanto ao aspecto das cidades, ele atingiu seu objetivo de longa data, que era tirar da vista de seus súbditos os vestígios do passado. Um grande número de monumentos históricos que tinham sobrevivido até lá à aversão geral, foram destruídos. Em Pequim, dos 6.843 que ainda estavam em pé em 1958, 4.922 foram reduzidos a pó.” (p. 563).

- O crime de massa ensinado às bandas de facínoras exaltados

“As autoridades organizaram “demonstrações de chacinas modelo”, a fim de explicar às pessoas como dar a morte com um máximo de crueldade e, por vezes, a polícia supervisionava a carnificina. Nesse clima de horror, uma forma política de canibalismo fez aparição em numerosas partes do interior, particularmente no condado de Wuxuan, onde um inquérito oficial, diligenciado após a morte de Mao, contou 76 vítimas.

“Tudo começava geralmente numa manifestação de denúncias, esse grande clássico da era maoísta. A seguir, as vítimas eram massacradas e os pedaços seletos de sua anatomia ‒ coração, fígado, e às vezes, o órgão sexual ‒ lhes eram tirados, por vezes, antes mesmo de os infelizes entregarem a alma, e cozidos no local para serem comidos no curso de ágapes batizados ‘banquetes de carne humana’” (p. 587).

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Escutas no STF e Estado policialesco

José Carlos Sepúlveda da Fonseca

Estamos, uma vez mais, no epicentro de um escândalo envolvendo o governo e o Presidente Lula.

Mas, desta vez, não se trata apenas de um escândalo. O ocorrido constitui grave atentado ao Estado de Direito e foi praticado, ao que tudo indica, por um órgão diretamente subordinado à Presidência da República.

O tão decantado regime democrático vai sendo desmantelado em seus pilares fundamentais, e desmantelado pelo próprio governo que deveria ser seu defensor.

Grampeados pelos espiões do governo

Antes de mais nada, a descrição dos fatos. A revista Veja (3.set.2008) estampou nova grave denúncia sobre grampos ilegais, realizados por espiões do governo, contra o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades Federais.

A reportagem começa por transcrever um telefonema entre o Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o Ministro Gilmar Mendes, Presidente do STF, ilegalmente gravado.

Embora o teor da conversa nada tenha de comprometedor, as reações dos dois envolvidos, face à violação ilegal de sua privacidade por órgãos do Estado, não se fez esperar.

O Ministro Gilmar Mendes foi peremptório: "Gravar clandestinamente os telefones do presidente do STF é coisa de regime totalitário". Por seu lado, o Senador declarou: "Há um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes".

Negativas e inquéritos inócuos

A revelação de Veja se insere na já longa série de alertas e denúncias surgidos contra os abusos de poder praticados pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN): grampos ilegais, ações espetaculares com indisfarçável intenção intimidatória ou persecutória.

A todas eles o governo tem reagido da mesma forma: pomposas declarações de inconformidade,

"indignações" do Presidente Lula, negativas de práticas ilegais, abertura de inquéritos inócuos... e tudo permanece como dantes.

Perigoso desafio à democracia

Convido-os a ler trechos da reportagem de Veja, assinada por Policarpo Junior e Expedito Filho, intitulada A Abin gravou o ministro. Os mesmos são elucidativos e alarmantes:
"Há três semanas, VEJA publicou reportagem revelando que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, foi espionado por agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência. O diretor da Abin, Paulo Lacerda, foi ao Congresso e negou com veemência a possibilidade de seus comandados estarem envolvidos em atividades clandestinas. Sabe-se, agora, que os arapongas federais não só bisbilhotaram o gabinete do ministro como grampearam todos os seus telefones no STF. VEJA teve acesso a um conjunto de informações e documentos que não deixam dúvida sobre a ação criminosa da agência. O principal deles é um diálogo telefônico de pouco mais de dois minutos entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), gravado no fim da tarde do dia 15 de julho passado. A conversa não tem nenhuma relevância temática, mas é a prova cabal de que espiões do governo, ao invadir a privacidade de um magistrado da mais alta corte de Justiça do país e, por conseqüência, a de um senador da República, não só estão afrontando a lei como promovem um perigoso desafio à democracia.

"O diálogo entre o senador e o ministro foi repassado à revista por um servidor da própria Abin sob a condição de se manter anônimo. O relato do araponga é estarrecedor. Segundo ele, a escuta clandestina feita contra o ministro Gilmar Mendes, longe de ser uma ação isolada, é quase uma rotina em Brasília. Os alvos, como são chamadas as vítimas de espionagem no jargão dos arapongas, quase sempre ocupam postos importantes. (...)

"As gravações ilegais feitas pela Abin servem de base para a elaboração de relatórios que têm o presidente da República como destinatário final. Isso não quer dizer que Lula necessariamente tenha conhecimento de que seus principais assessores estejam grampeados ou que avalize a operação. Os agentes produzem as informações a partir do que ouvem, mas sem identificar a origem. Por serem ilegais, depois de filtradas, as gravações são destruídas. A do ministro Gilmar Mendes foi preservada porque, ao contrário das demais, ela foi produzida durante uma parceria feita entre a Abin e a Polícia Federal na operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, no início de julho. (...)

"O diálogo em poder da Abin foi apresentado ao ministro Gilmar Mendes e ao senador Demóstenes Torres. Ambos confirmaram o teor da conversa, a data em que ela aconteceu e reagiram com indignação. "Não há mais como descer na escala da degradação institucional. Gravar clandestinamente os telefonemas do presidente do Supremo Tribunal Federal é coisa de regime totalitário. É deplorável. É ofensivo. É indigno", disse o ministro, anunciando que vai pedir providências diretamente ao presidente Lula. "Não acredito que a ação da Abin ou da Polícia Federal seja oficial, com o conhecimento do governo, mas cabe ao presidente da República punir os responsáveis por essa agressão", acrescentou Mendes. O senador Demóstenes Torres também protestou: "Essa gravação mostra que há um monstro, um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes". O parlamentar informou que vai cobrar uma posição institucional do presidente do Congresso, Garibaldi Alves, sobre o episódio, além de solicitar a convocação imediata da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso para analisar o caso. "O governo precisa mostrar que não tem nada a ver e nem é conivente com esse crime contra a democracia." (...)

"No fim de junho, José Dirceu avisou o presidente Lula que estava sendo vítima de operações ilegais e que suspeitava da ação conjunta da Polícia Federal e da Abin. Em público, o ministro não faz acusações diretas contra ninguém, mas, para o presidente, ele foi explícito: Dirceu acusa o atual diretor da Abin, Paulo Lacerda, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, de estarem por trás de um complô para prejudicá-lo, recorrendo a supostas ações ilegais contra ele, inclusive a invasão do escritório. (...)

"O ministro da Justiça estaria usando o aparato policial contra Dirceu para tentar minar sua influência no partido. Paranóia? Talvez. O fato é que a ação clandestina dos arapongas, sejam eles da Abin ou ligados à Polícia Federal, está criando entre políticos, magistrados e autoridades em Brasília um clima que não se percebia desde os tempos do velho SNI, o serviço de inteligência criado no regime militar, que serviu, por mais de duas décadas, como instrumento de perseguição de adversários. Havia mais de um ano que o ministro Gilmar Mendes suspeitava que seus telefones estavam sendo grampeados. Parecia paranóia."
É necessário reagir, pois é inegável que estamos no perigoso caminho que nos leva ao Estado totalitário, perigo sobre o qual, aliás, tratei em meu último post (A caminho do Estado totalitário).

(Fonte: Blog Radar da Mídia)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Crianças inglesas católicas punidas por serem fiéis à sua religião

Na britânica Alsager High School [foto], dois alunos da sétima série foram punidos por se recusarem a adorar Alá numa aula de religião.

A professora argüiu ecumenicamente que era para aprender sobre as outras religiões e valorizar os “direitos humanos”.

“Se se pedisse aos muçulmanos irem à igreja no domingo e comungarem sairia guerra”, disse o avô de um dos alunos ao jornal “London Daily Mail”.

Por sua vez, Lord Phillips, Lord Chief Justice, máxima autoridade da Justiça inglesa, defendeu que os muçulmanos no país governassem pela lei islâmica e não pela inglesa.

O chefe da igreja anglicana, Rowan Williams, também defendeu a lei islâmica no país. Aliás, o anglicanismo está se desfazendo em meio a escândalos e degradações que o tem esmigalhado.

(Texto integral no blog Luz de Cristo)

Divulgue

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